top of page
luizfsa7

Projeto Quelônios: vida nova no Rio das Mortes

O mês de outubro marca o início do ciclo de vida para filhotes de tracajás e tartarugas-da-Amazônia



O mês de outubro marca o início da jornada para filhotes de tracajás e tartarugas-da-Amazônia. A eclosão de tracajás e nidificação da tartaruga ocorre, em média, na segunda quinzena de outubro nas ninhadas às margens do Rio das Mortes, próximo ao município de Novo Santo Antônio (MT). A Aliança da Terra promove ações de monitoramento e fiscalização para a proteção da incubação das espécies. Mais de 60.000 filhotes de tracajás e 4.000 de tartarugas-da-Amazônia já foram liberados pelo projeto.


Criado em 2006 pela Aliança da Terra, o projeto “Quelônios do Rio das Mortes” tem como objetivo apoiar a iniciativa de pesquisa e conservação “Quelônios da Amazônia”, iniciado pelo IBAMA em sinergia com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Mato Grosso e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios do ICMBio.


O projeto nasceu para complementar o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Quelônios Amazônicos, a partir de uma conversa entre o idealizador da Aliança da Terra, John Carter, e Gaspar Saturnino Rocha (in memoriam), coordenador do Projeto Quelônios do Araguaia (Ibama/MT) para implementar o trabalho no Rio das Mortes.


Oficialmente, ambas as espécies estão classificadas como Quase Ameaçadas no Brasil; mundialmente o tracajá está vulnerável à extinção. Localmente, a espécie sofria um declínio populacional severo antes do início do projeto. Neste ano, especificamente, as tartarugas-da-Amazônia ainda não iniciaram a construção de seus ninhos. A suspeita é de que a caça predatória tenha afetado o ciclo.



Rotina diária


Todos os dias pela manhã, Gedeon Alves de Sousa e Arnaldo de Almeida caminham por seis praias às margens do Rio das Mortes, a 7 quilômetros do município de Novo Santo Antônio (MT), em busca de novos ninhos de tracajá e de tartaruga-da-Amazônia. Ao encontrarem um novo local de desova, Gedeon e Almeida realizam a demarcação do ninho, onde em algumas semanas, filhotes das duas espécies iniciarão a jornada até a água.

A marcação, segundo Gedeon, monitora não apenas o dia em que os ovos foram colocados no ninho, mas também o dia em que as pequenas tartarugas quebrarão as cascas. “Nós colocamos placas de identificação nas praias e fazemos a vigilância nesta época para que as pessoas não façam acampamentos nas praias e para que não façam muito barulho”, conta Gedeon.


Entre os meses de julho e agosto, ocorre a marcação de ninhos de tracajá. De 15 de outubro até o final de novembro, os filhotes iniciam a eclosão dos ovos e a trajetória até a agua. Para a tartaruga-da-Amazônia, a desova começa no início de outubro e se extende até dezembro, quando a eclosão acontece.


“Se deixamos de ir por um dia, o ninho será marcado com uma data diferente e a gente perde o controle da eclosão”, explica. “Nós já temos bastante experiência em saber onde a tartaruga vai desovar. Ela anda muito na praia para fazer isso. Ela faz um desenho de uma flor muito bonito, que é fácil de identificar o ninho”.



A data específica da eclosão pode variar de acordo com a periodicidade das chuvas.“Leva 75 dias para acontecer a eclosão, mas isso só se tivermos duas ou três chuvas boas, porque a casca do ovo é muito grossa e a água ajuda a amolecer essa casca. Quando não chove, pode demorar até 85 dias para iniciar a eclosão. Com isso, a gente tem que cavar e tirar a casca das tartarugas para salvá-las. Se a casca secar nela, pode ocorrer uma deficiência de formação.”


Nas épocas de marcação de ninhos e eclosão, estudantes da rede municipal participam das atividades. Além disso, a Aliança da Terra também participa ativamente das atividades do projeto do IBAMA, que é desenvolvido no Refúgio de Vida Silvestre Quelônios do Araguaia.

256 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page