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Foto do escritorDaiany Andrade

PEAP: Desafios e conquistas da Brigada Aliança

Base que atua no Parque Estadual Águas do Paraíso se destaca na prevenção e combate aos incêndios florestais

O líder da base do PEAP, Marcelo Corrêia, e sua equipe

O ano de 2024 foi marcado por uma temporada de seca intensa em várias regiões do Brasil, com números recordes de incêndios florestais em algumas delas.


Desde o Norte até o Sudeste, áreas de vegetação seca e baixa umidade contribuíram para a propagação rápida das chamas, criando um cenário alarmante para os órgãos de proteção ambiental e brigadas de combate ao fogo.


No Cerrado, o período seco elevou a ocorrência de queimadas, levando a esforços coordenados em parques e áreas de proteção ambiental para conter os danos e preservar os ecossistemas.


Nesse contexto, a atuação da Brigada Aliança no Parque Estadual Águas do Paraíso (PEAP), em Alto Paraíso de Goiás (GO), chamou atenção. Sob a liderança do guerreiro Marcelo Corrêia da Silva, que assumiu o comando este ano, a base conseguiu evitar que o fogo chegasse ao interior do parque, mesmo com o aumento do risco de incêndios na região.


A combinação de trabalho preventivo, monitoramento constante e a colaboração da comunidade local fez a diferença nos resultados alcançados.


“Não pegou fogo ainda, acredito que muito por causa do trabalho preventivo que a gente fez desde o começo do ano. Aceiros e, principalmente, conversar com o pessoal, estar perto deles, trazê-los para o nosso lado”, disse o líder da base do PEAP, Marcelo Corrêia. Segundo ele, a ocorrência mais próxima do parque foi registrada a cerca de cinco quilômetros.


Balanço positivo


Guerreiros da Brigada Aliança em ação

Aos 29 anos, Marcelo assumiu o desafio de liderar a base do Parque Estadual Águas do Paraíso durante um dos períodos mais críticos de seca dos últimos anos. Desde sua chegada na Brigada Aliança, ele participou de inúmeras operações, mas 2024 trouxe a oportunidade e a responsabilidade de liderar a equipe.


A equipe liderada por Marcelo realizou a construção de mais de dez quilômetros de aceiros, atuou constantemente no monitoramento terrestre, além de desenvolver uma forte estratégia de conscientização com os moradores próximos ao PEAP. “A gente faz o cadastramento desse pessoal, pega o telefone deles, conversa com eles pessoalmente também”.


O parque, criado em 2020, ainda enfrenta desafios para educar a população sobre os riscos do uso inadequado do fogo. "A cultura de utilizar o fogo para limpar áreas ainda é comum entre os pequenos agricultores da região. Então, o diálogo constante e a proximidade com a comunidade foram fundamentais para evitar acidentes", explica.


O trabalho próximo à população ao redor do parque não só ajudou a evitar incêndios como também melhorou a relação da Brigada com os moradores.


Mais de 30 pequenos produtores rurais fazem parte de um grupo de WhatsApp, por meio do qual são compartilhadas informações sobre focos de incêndio e orientações de prevenção. "O pessoal lá nos ajuda muito. Quando eles veem alguma fumaça, nos avisam na hora, e conseguimos agir rápido", conta.


Além do monitoramento feito pela comunidade, a Brigada utiliza sistemas de satélites, como o FIRMS da NASA, e aplicativos para detectar focos de calor.


No entanto, Marcelo ressalta que a participação ativa dos moradores locais continua sendo um dos métodos mais eficazes de prevenção. “Eles já estão lá. E até o satélite passar e detectar o foco de calor, pode ser que já tenha passado algum tempo. O pessoal que está lá e está preocupado com as casas, é automático. Eles veem a fumaça, já aciona a equipe e a gente já se desloca”.


Apoio à comunidade e combate fora do parque

Equipe da Brigada Aliança se prepara para atuar em conjunto com o ICMBio e outras entidades

Apesar do aumento significativo de incêndios florestais em outras áreas do Cerrado, o PEAP permaneceu ileso. Mesmo assim, a base da Brigada Aliança participou de aproximadamente dez operações de combate a incêndios nas áreas ao redor do parque, especialmente na Área de Proteção Ambiental (APA) e no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.


A colaboração com outras entidades, como ICMBio e Prevfogo, foi essencial. Com operações que envolveram combate em período noturno e apoio aéreo, a equipe conseguiu responder rapidamente a situações de risco elevado.


Marcelo reforça que o apoio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (SEMAD), órgão responsável pelo contrato com a Aliança, facilitou a integração com as demais forças de combate.


“A gente sempre dá apoio para eles. Recentemente teve um incêndio dentro do Parque Nacional, que até fecharam o parque por alguns dias. A gente estava lá também, ajudando o pessoal do ICMBio”, destaca.


2023 x 2024


Comparando com 2023, ano em que o PEAP sofreu danos significativos com mais de 30% da área atingida por incêndios, segundo o líder Marcelo Corrêia, 2024 trouxe uma evolução marcante. O trabalho preventivo realizado diariamente foi o diferencial para manter o parque livre de queimadas.


A partir de outubro, a chegada das primeiras chuvas representa um alívio, mas não elimina a necessidade do trabalho de prevenção, monitoramento e conscientização.


Se no período seco um dos fatores de risco é a vegetação extremamente seca e inflamável, a partir de agora o risco maior é do uso do fogo para a preparação ou limpeza da terra para o plantio.


“Começou a chover, o pessoal começa a preparar as terras para plantar. Principalmente os pequenos produtores, sem orientação, eles podem recorrer ao fogo para limpar a terra e pode ser que perca o controle. O nosso monitoramento também é importante nessa época agora por causa disso”, conclui Marcelo.

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