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Foto do escritorDaiany Andrade

Guerreiros da ciência: O papel da equipe de Pesquisa e Desenvolvimento na prevenção e no combate a incêndios florestais

Integração eficiente entre brigadistas e profissionais que atuam no escritório garantem o sucesso das operações realizadas em campo


Equipe de Pesquisa e Desenvolvimento em ação

A Aliança da Terra desempenha um papel crucial na prevenção e no combate a incêndios florestais e em áreas agrícolas. Com uma equipe multifuncional, que inclui a Brigada Aliança na linha de frente e profissionais de diversas áreas no escritório, a corporação desenvolve estratégias integradas para combater o fogo e proteger áreas privadas e Unidades de Conservação.


No coração dessa operação, encontra-se a equipe de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), cuja atuação é fundamental para o sucesso das ações.


“De maneira geral, a gente apoia as ações de campo da Brigada. Assim que a Brigada vai assumir uma nova base, por exemplo, a gente faz toda a caracterização da área, para que a brigada entenda como funciona a dinâmica naquele local, quais são os pontos prioritários que merecem maior atenção, principalmente nas ações voltadas à prevenção”, explicou a coordenadora operacional, Camila Dias.


Para apoiar as atividades de campo, ela utiliza um software específico que ajuda na inserção e ajuste das informações relacionadas à prevenção e visitas em campo. “Hoje, o que eu faço, de maneira bastante genérica, é facilitar o envio de informações para que a equipe P&D consiga elaborar relatórios mais complexos e fazer análises detalhadas”, afirma.


Mas não para por aí. Segundo Joisiane Araújo, coordenadora de projetos da Aliança da Terra, “a equipe P&D é dedicada à realização de estudos e análises sobre o comportamento do fogo, reincidência de áreas queimadas, monitoramento de cicatrizes de incêndios florestais, análises de padrões de recorrência e distribuição do fogo nas áreas de atuação da Brigada”.


Além disso, a equipe elabora relatórios, Planos de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PPCIFs), Relatórios de Ocorrências e atua na elaboração dos Planos de Manejo Integrado do Fogo (PMIF’s).


Monitoramento e resposta rápida


A interação entre a equipe de Pesquisa e Desenvolvimento e os brigadistas é fundamental, especialmente durante os combates aos incêndios. “A partir do momento que é detectado um sinal de fumaça ou um incêndio por meio de monitoramento terrestre ou satélite, a equipe imediatamente nos avisa e já começa a se deslocar. Se necessário, solicitam apoio logístico ou de pessoal, e nós entramos em contato com os parceiros para minimizar os impactos do incêndio”, detalhou Camila.


Ricardo Faria, analista ambiental de geoprocessamento, destaca a evolução tecnológica. “Há dois anos, mais ou menos, a gente fazia os mapas com base nos focos do BDQueimadas, do INPE, e enviava as coordenadas de onde estavam aqueles focos de calor para os brigadistas, tudo pelo WhatsApp. Hoje, o nosso monitoramento é automático. Os brigadistas recebem essas informações em tempo real”.


Para ter essa velocidade no envio das informações, a equipe utiliza uma plataforma capaz de agregar diversos satélites, enviando informações e tempo (quase) real.


“Então, eles têm acesso o tempo todo a essas coordenadas dos focos de calor, mas antes era tudo por mapa. Então, deu um boom em tecnologia. Hoje são muito mais rápidas as nossas análises e mais precisas”, complementou Ricardo.

 

O papel dele é fazer a coleta e a análise de dados para a geração de informações e mapas que auxiliam nas operações da Brigada.


“Trabalhamos com dados adquiridos de plataformas ou passados pelo pessoal de campo para gerar os mapas. Podemos extrair dados sobre o tamanho das áreas ou a distância de uma estrada, por exemplo, e montar mapas detalhados”, disse Ana Flávia Soares Carneiro, também analista ambiental de geoprocessamento.


Mas Ricardo também atua de forma mais intensa na identificação das cicatrizes, que são as marcas deixadas pelo fogo e que guardam informações valiosas sobre o histórico de cada região.


“Fazemos as cicatrizes com base em uma composição colorida específica, utilizando também outras plataformas, como o BDQueimadas. Validamos essas cicatrizes por meio do trabalho de campo dos brigadistas, calculando a área queimada e a porcentagem dessas áreas. Nos últimos anos monitoramos 13 Unidades de Conservação (UCs) e mais de 160 propriedades privadas”.


Interação com as comunidades locais


A interação social com as comunidades locais é um aspecto fundamental do trabalho da Brigada. As equipes realizam entrevistas com moradores para entender a percepção deles sobre o uso do fogo e promover educação ambiental. Além disso, formam redes de colaboração e parcerias para evitar práticas inadequadas durante o período em que é proibido o uso do fogo.


“A Brigada já faz essa comunicação e interação social com as comunidades locais, com os produtores rurais, com os gestores de Unidade de Conservação, e nós aqui ajustamos as técnicas e os procedimentos às especificidades de cada localidade”, explicou Joisiane. A abordagem multidisciplinar da equipe, que inclui biólogos e especialistas em ciências ambientais, permite uma atuação integrada e eficiente.


Validação das informações de campo


As análises, mapas, relatórios e informações gerados pela equipe P&D também atendem a outros projetos

A validação das informações pela equipe P&D é outro grande diferencial da Brigada Aliança. Principalmente no período que antecede a fase mais crítica de incêndios, geralmente de dezembro a maio, os brigadistas realizam o levantamento de várias informações.


“Muitas informações, principalmente relacionadas à prevenção, em alguns casos, acabam impactando a vegetação local. O que os líderes geralmente fazem é o levantamento dessas áreas, seja para o início de uma queima, ou uma área proposta de aceiro negro, ou uma área para queima prescrita.  Eles inserem essas informações no aplicativo, e aqui no escritório nós fazemos a validação de qual é o tipo de vegetação daquela área”, destaca Camila.


“Para além do manejo, de todas essas ações de prevenção, a gente tem que entender também o que está sendo suprimido, o que vai ser perdido. Então, sempre tem essa validação entre as informações que chegam de campo e as informações que saem daqui do escritório. É um trabalho bastante integrado.”, disse ela.


E a validação contrária, ou seja, da equipe de campo em relação às informações que saem do escritório, também acontece.


“Isso é um ponto super positivo e de destaque aqui da Aliança da Terra porque muitas vezes, quando se trabalha com geotecnologias, análise de geoprocessamento, falta essa questão da validação em campo. A gente sabe das limitações que tem o processamento de imagens satélite e a gente tem esse trunfo”, reforçou Joisiane.


Avanço científico x Saberes tradicionais


A Brigada Aliança está sempre se atualizando em termos de ferramentas tecnológicas e conhecimento científico. Esse processo contínuo é fundamental para a eficácia das ações de prevenção e combate aos incêndios.


Mas esses avanços sozinhos não são suficientes, por isso a Brigada Aliança sempre valorizou a integração desses recursos com o conhecimento tradicional das comunidades em que atua.


“A gente faz a integração disso tudo com os saberes tradicionais. E quando a gente fala de saberes tradicionais, não necessariamente somente de comunidades tradicionais, mas daquelas pessoas, daqueles povos que já estão ali no local há muitos anos, há gerações. Então, eles têm uma forma de lidar com a terra, eles têm uma forma de viver ali na terra que não pode ser ignorada”, explicou a coordenadora de projetos da Aliança da Terra.


Ela também destaca que as análises, mapas, relatórios e informações gerados pela equipe P&D não se restringem apenas às ações da Brigada, mas também atendem a outros projetos.


“Esses mapas que são produzidos, mapas temáticos e de áreas de cicatrizes de incêndios, por exemplo, eles acabam subsidiando outros projetos que existem na área. Não é concentrado apenas na Brigada, a gente também consegue subsidiar outros projetos vigentes da Aliança da Terra”, finalizou.

 

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