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Aliança da Terra, um legado em construção

Há mais do que bons motivos para celebrar os 20 anos da Aliança da Terra e os 15 anos da Brigada Aliança, comemorados simultaneamente neste mês de agosto

Por Caroline Nóbrega

 

Há muitas formas de se avaliar o sucesso de um projeto. Para quem atua no terceiro setor, talvez a maior expressão de que a organização deu muito certo é a percepção de que ela não é mais necessária, de que, a partir dos alicerces levados por ela, seu público construiu as condições de seguir sozinho, sem a sua ajuda.


A partir dessa ótica, há mais do que bons motivos para celebrar os 20 anos da Aliança da Terra e os 15 anos da Brigada Aliança, comemorados simultaneamente neste mês de agosto de 2024.


As duas iniciativas são fruto do mesmo idealismo que reuniu um grupo de produtores rurais em torno da ideia de que, na ausência do poder público, eles poderiam tomar nas mãos a missão de mostrar, a partir de evidências científicas e  metodologias claras, com critérios e indicadores, que não eram eles os principais responsáveis pela devastação da floresta.


Ao criar a Aliança da Terra, eles abriram as portas para a difusão desse conceito e sua transformação em um movimento para levar as boas práticas e sua metodologia a outros produtores também interessados em adotá-las.


Anos mais tarde, decidiram buscar conhecimento técnico e juntar esforços para atuar em outra frente que ameaçava suas propriedades: os incêndios florestais.


Com a Brigada Aliança, foi estabelecido aquela que hoje é reconhecida nacional e internacionalmente como uma das mais bem treinadas e eficientes equipes de prevenção e combate ao fogo nas matas brasileiras.


Entre a criação das duas iniciativas e os dias atuais, a evolução e o seu legado são notáveis.


A Aliança da Terra mantém seu propósito de atuar na intersecção entre a preservação ambiental e a preservação produtiva dentro das propriedades rurais.


Nessas duas décadas, gerou frutos, como a Produzindo Certo, que, de um programa destinado a ampliar a capacitação socioambiental dos produtores, transformou-se em uma empresa, com objetivo de dar escala à ideia e, assim, ampliar seu alcance e impacto.


A Brigada Aliança, por sua vez, tem deixado seu legado nas várias regiões em que atua. Com seu modelo que prevê, mais do que simplesmente o combate ao fogo, a educação das comunidades locais para atuarem preventivamente e na detecção mais rápida dos focos de incêndio.


Por meio da tecnologia social, a Brigada Aliança  tem oferecido as ferramentas para que as próprias populações, em vários casos, se estruturem para fazer esse trabalho de forma autônoma.


Em um momento de crise, com recordes de área queimada para o país, a Brigada Aliança tem produzido resultados expressivos e demonstrado, em números, que um futuro com menos fogo é possível, seja na Amazônia, Cerrado ou Pantanal.


A visão do idealismo de tantos anos atrás permanece, assim como o propósito, o norte para sua ação. A Aliança e sua brigada têm trajetórias consistentes, consolidadas na resiliência de terem enfrentado desafios e diferentes ciclos e atravessado crises.


Souberam se adaptar, ganhar robustez e se reinventar para encarar a complexidade de operar em diferentes biomas, com diferentes culturas e diferentes governos.


Estão mais maduras e continuam, cada vez mais, sendo necessárias. E não arredaram pé de seu objetivo de estarem na linha de frente na proteção, ao mesmo tempo, da natureza e da atividade econômica das propriedades rurais.

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